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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Valores Médios e Dispersão

No artigo anterior foi abordado a temática das caminhadas aleatórias, ou Random Walk, onde foi mostrado que é possível determinar o comportamento probabilístico de um sistema cujos seus passos sejam independentes uns dos outros. Contudo, é muito desejável que se realiza alguma medida de valor centrarl do processo. Desta forma, como deve-se proceder?

Seja  u uma variável a pode assumir qualquer um de M valores, u_1, u_2, \dots, u_M com as respectivas probabilidades P(u_1), P(u_2), \dots, P(u_M)

Assim, o valor médio de u, denotado aqui por \overline{u}, é definido como,

\begin{equation} \overline{u} = \frac{P(u_1) u_1 + P(u_2) u_2 + \cdots + P(u_M) u_M } {P(u_1) + P(u_2) + \cdots  +  P(u_M)} \end{equation}
ou simplesmente,

\begin{equation} \overline{u} = \frac{\sum^M_{i=0} P(u_i)\cdot u_i}{\sum^M_{i=0} P(u_i)} \end{equation}

É possível ainda generalizar esta ideia de média! Seja f(u) uma função da variável u. O valor mádio de f(u) é definido de forma análoga,

\begin{equation}\label{eqn:valorEsperado} \overline{f(u)} = \frac{\sum^M_{i=0} P(u_i) \cdot f(u_i)}{\sum^M_{i=0} P(u_i)} \end{equation}

Contudo, observe que P(u_i) é uma probabilidade. Logo, o somatório sobre todas as possibilidades tem que ser necessariamente 1 (100%). Portanto, a Equação \ref{eqn:valorEsperado} pode ser escrita de forma simples como,

\begin{equation} \overline{f(u)} = \sum^M_{i=0} P(u_i) \cdot f(u_i) \end{equation}

Logo, sejam duas funções f(u) e g(u), então:

\begin{equation} \begin{split} \overline{f(u)+g(u)} & = \sum^M_{i=0} P(u_i) \cdot \left( f(u_i) + g(u_i) \right) \\ & = \sum^M_{i=0} P(u_i) \cdot f(u_i) +  \sum^M_{i=0} P(u_i) \cdot g(u_i) \\ & = \overline{f(u)} + \overline{g(u)} \end{split} \end{equation}

De maneira análoga, seja c uma constante qualquer, então

\begin{equation} \overline{c \cdot f(u)} = c \cdot \overline{f(u)} \end{equation}

Estes cálculos de valores médios são bastante aplicáveis para a descrição de traços característicos médios de distribuições de probabilidades, sendo estes uma medida de valor central do processo.

Desta forma, também é possível se calcular a distância que um dado valor observado pontualmente de u está do seu valor médio \overline{u}, \Delta u = u - \overline{u} Logo, \overline{\Delta u} = \overline{u - \overline{u})} = \overline{u}-\overline{u} = 0 ou seja, a dispersão média sempre é nula!

Outro valor médio muito usável é o valor médio do quadrado da dispersão,

\begin{equation}\label{eqn:var} \overline{(\Delta u)^2} = \sum^M_{i=1} P(u_i) (u_i - \overline{u})^2 \geq 0 \end{equation}

o qual é chamado de segundo momento de u com respeito a sua média. Este nunca pode ser negativo, visto que pw o quadrado de um número! Assim, como (\Delta u)^2 \geq 0, cada termo da Equação \ref{eqn:var} contribui de forma não negativa, onde apenas no caso onde u_i=\overline{u} o termo do somatório será zero. Desta forma, quanto maior a distância de u_i para \overline{u}, maior a sua dispersão.

Portanto, a dispersão \overline{(\Delta u)^2} (tmabém chamada de variância)  mede o quanto espalhado (em média) u_i se encontra da sua média \overline{u}. Vale frisar que,

\begin{equation} \begin{split} \overline{(\Delta u)^2} & = \overline{(u - \overline{u})^2}\\ & = \overline{(u^2 -2 uu + \overline{u}^2)}\\ & = \overline{u^2} - 2 \overline{u} \overline{u} + \overline{u}^2\\ & = \overline{u^2} - \overline{u}^2 \end{split} \end{equation}
e como \overline{(u-\overline{u})^2} \geq 0, então implica que \overline{u^2} \geq \overline{u}^2.

De forma análoga também é possível se definir os momentos de mais alta ordem \overline{(\Delta u)^n} para n> 2.

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